Uma nova raça de cães Portuguesa está prestes a ser oficialmente reconhecida.
Mais conhecido como “gadelhudo”,”felpudo” ou “abandeirado” o processo de reconhecimento de espécie específica salvou-o da extinção.
Foi baptizado de Cão do Barrocal Algarvio.
Para que seja efectivo este reconhecimento, falta apenas a aprovação da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária pois o Clube Português de Canicultura (CPC) já aprovou oficialmente o seu estalão.
Pode-se assim juntar às dez raças portuguesas já existentes, como o Cão da Serra da Estrela ou o Podengo Português.
Elaborado pela comissão técnica do Clube Português de Canicultura através de apreciações morfológicas, o estalão corresponde às características comuns a todos os cães de uma mesma raça. Delas fazem parte por exemplo a dimensão, a forma da cauda, assim como as medidas do animal.
De acordo com este registo, o Cão do Barrocal Algarvio tem uma corpulência média, de pêlo liso e uma cauda parecida com a dos lacraus, bastante peluda e em forma de bandeira. Os machos podem atingir os 58Cm de altura e 25Kg de peso e as cadelas podem ter até 55Cm e 20Kgs. Enquadra-se no grupo dos caçadores, sendo também considerado como cão de companhia.
Este reconhecimento enquanto raça autóctone é bastante importante de uma perspectiva cultural e vem enriquecer o património genético vivo, também símbolo da cultura portuguesa. É este reconhecimento de património que permite salvar uma espécie que se encontrava perto da extinção.
O presidente da Associação de Criadores do Cão do Barrocal Algarvio conta que quando começaram o processo só existiam cerca de 20 ou 30 cães desta raça. Hoje, “presume-se que existam mais de 1500 exemplares”. O presidente da associação desta futura raça indica que existem oficialmente oito criadores desta raça de cães e que nunca venderam nenhum exemplar, tendo sido todos os cães desta raça oferecidos a pessoas de vários pontos do país, com o objectivo de divulgar e espalhar a espécie pelo nosso país.
O nome Barrocal Algarvio foi escolhido tendo em conta que era o que melhor caracterizava a raça, em grande parte porque este cão habita a zona entre São Brás de Alportel e a cidade de Faro.
Foi feito um estudo genético com vista a caracterizar o genoma da população existente, pois pensava-se que o Cão do Barrocal Algarvio estaria relacionado com o Podengo Português, dada a sua semelhancia, mas um teste genético veio provar que não eram parentes.
Mais importante do que o número de exemplares da raça é o número de linhas de sangue distintas, por forma a garantir a diversidade genética, ainda que preservando as características morfológico-funcionais da raça.
Presume-se que a origens do Cão do Barrocal Algarvio remonte ao tempo dos faraós, época em que o galgo egípcio se espalhou por toda a bacia mediterrânica.
Até hoje, existem dez raças portuguesas reconhecidas pelo CPC, se bem que só oito são internacionalmente reconhecidas pela FCI (Federação Cinológica Internacional), sendo estas, o cão da Serra da Estrela, Serra d’Aires, Fila de São Miguel, Castro Laboreiro, Podengo Português, Rafeiro do Alentejo, Cão-d’Água Português e Perdigueiro Português. As duas raças que estão fora do reconhecimento internacional o Barbado da Terceira e o Cão de Gado Transmontano.
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